Dólar sobe a R$ 5,54 e Bolsa avança: Entenda o impacto da MP do IOF, inflação nos EUA e tensões geopolíticas no mercado brasileiro

No dia 12 de junho de 2025, o mercado financeiro brasileiro apresentou movimentos significativos, influenciado por fatores internos e externos. O dólar subiu para R$ 5,54
, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores do Brasil, avançou 0,49%. Essas oscilações refletiram reações a medidas fiscais do governo, tensões geopolíticas e expectativas sobre a política monetária dos Estados Unidos.
Cenário interno: Medidas fiscais e ajustes tributários
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O governo federal publicou uma medida provisória (MP) para recalibrar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), reduzindo parte de seus aumentos anteriores. A MP também incluiu a taxação de bets (apostas eletrônicas), tributos sobre ganhos com títulos isentos e medidas de contenção de gastos.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a MP não impactaria preços, mas analistas estimam um efeito de R$ 20 bilhões na economia.
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A oposição criticou a medida, exigindo reformas estruturais nos gastos públicos, o que gerou incertezas sobre a aprovação no Congresso.
Relevância: As mudanças tributárias afetam a confiança dos investidores, influenciando o câmbio e o mercado acionário.
Cenário externo: Inflação nos EUA e tensões comerciais
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Dados positivos da inflação norte-americana (tanto ao consumidor quanto ao produtor) reforçaram apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). A probabilidade de dois cortes em 2025, começando em setembro, chegou a 100%.
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O dólar enfraqueceu globalmente, com seu índice caindo 0,75%. No entanto, o real não aproveitou totalmente essa queda devido a riscos geopolíticos e incertezas locais.
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O acordo comercial entre EUA e China mostrou avanços modestos, sem resolver disputas sobre chips e exportações de minerais, mantendo cautela nos mercados.
Relevância: A política monetária dos EUA e as relações comerciais impactam fluxos de capital para economias emergentes, como o Brasil.
Tensões geopolíticas e aversão ao risco
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Conflitos no Oriente Médio voltaram a preocupar: os EUA autorizaram a saída de funcionários de sua embaixada no Iraque devido a riscos de segurança.
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Esse cenário aumentou a aversão a ativos arriscados, limitando ganhos em mercados como o brasileiro.
Relevância: Crises geopolíticas elevam a demanda por dólar como moeda segura, pressionando o câmbio em países emergentes.
Mercado financeiro: Dólar e Ibovespa em movimento
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O dólar comercial fechou em alta de 0,08%, a
R$ 5,5437
, após atingir seu menor valor em 2025 no dia anterior(R$ 5,5392)
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O Ibovespa subiu 0,49%, para 137.799 pontos, impulsionado por setores específicos, apesar do cenário misto.
Relevância: A alta da bolsa reflete resiliência diante de desafios, enquanto o dólar oscila entre pressões externas e internas.
O mercado financeiro brasileiro vive um momento de dualidade: enquanto indicadores externos (como inflação controlada nos EUA) favorecem o real, fatores locais (ajustes fiscais) e globais (tensões comerciais e geopolíticas) mantêm a volatilidade. A aprovação da MP e os rumos da política monetária norte-americana serão decisivos para os próximos movimentos. Investidores devem acompanhar:
- Decisões do Fed sobre juros.
- Andamento da MP no Congresso.
- Desdobramentos geopolíticos, especialmente no Oriente Médio.