Tarifas de Trump contra o Brics podem mudar o comércio mundial? Dólar em queda livre

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu tensões econômicas globais ao ameaçar impor novas tarifas de 10% sobre os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A medida, discutida pela analista econômica da CNN Rita Mundim, reflete a preocupação de Trump com a desvalorização do dólar, atribuída pelo líder americano ao bloco emergente. No entanto, especialistas apontam que outros fatores, como políticas internas dos EUA e mudanças no mercado global, também influenciam a queda da moeda.
Contexto e motivações:
- Crise do dólar: O índice BXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, registrou queda de 11%, a maior desde 1973. Trump culpa o Brics, mas analistas destacam que suas próprias políticas protecionistas, como o "tarifaço", e a redução na compra de títulos do Tesouro americano por outros países contribuíram para o cenário.
- Retórica agressiva: Trump já elevou tarifas para 30% contra nações asiáticas e sinaliza possível aumento também para o Brics, gerando temores de uma guerra comercial ampliada.
Reações e impactos:
- Posição do Brasil: Autoridades brasileiras, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Fernando Haddad, pediram diálogo e revelaram que há negociações diárias com os EUA para evitar escalada.
- Geopolítica e economia: Mundim destacou que o confluto reflete uma "nova guerra fria", com o Brics buscando reduzir a dependência do dólar. O presidente Lula ressaltou que o bloco já representa 40% do PIB global e que a busca por alternativas à moeda americana é "irreversível".
A ameaça de Trump expõe fragilidades no sistema financeiro internacional e acentua a disputa entre EUA e Brics pela hegemonia econômica. Enquanto os americanos tentam proteger o dólar, os emergentes aceleram iniciativas para desdolarizar o comércio, como o uso do yuan chinês. O Brasil, como membro do Brics, enfrenta o desafio de equilibrar relações com ambos os lados, em um cenário que pode redefinir os rumos da globalização. A situação demanda atenção, pois medidas unilaterais podem gerar instabilidade em cadeia, afetando mercados, investimentos e o crescimento global.