Luto perinatal: O que nunca dizer e como apoiar quem perdeu um bebê – Guia sensível e necessário

A perda de um bebê durante a gestação ou no período perinatal é uma dor profunda e singular, que muitas vezes não é compreendida pela sociedade. Recentemente, relatos de figuras públicas, como a atriz Micheli Machado e a apresentadora Tati Machado, trouxeram o tema à tona, evidenciando a necessidade de um acolhimento adequado. Especialistas em psicologia e luto destacam a importância de evitar certas falas e adotar posturas mais sensíveis diante desse sofrimento.
A relevância do luto perinatal
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Reconhecimento da dor: O luto perinatal é um processo complexo, marcado pelo vínculo único entre a mãe e o bebê, mesmo antes do nascimento. Ignorar essa dor ou minimizá-la pode agravar o sofrimento.
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Impacto emocional e físico: A perda pode desencadear quadros de ansiedade, depressão e até sintomas físicos, como explica a psicóloga Cinthia Alves Prais, especialista em neurociência e comportamento.
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Falta de diálogo social: A psicóloga Raquel Baldo aponta que a sociedade ainda desconhece o tema, levando a comentários insensíveis que invalidam a experiência da perda.
O que não dizer a quem está em luto perinatal
Frases bem-intencionadas podem ser devastadoras. As especialistas listam exemplos a serem evitados:
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Minimizar a dor:
"Foi melhor assim", "Ainda bem que foi antes de nascer".
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Substituir o bebê:
"Você pode tentar de novo", "Virão mais bebês".
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Espiritualizar a perda:
"Virou um anjinho", "Deus só dá o que você pode aguentar".
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Comparações invalidantes:
"Você já tem outros filhos? Então está tudo bem".
Tais falas podem intensificar o isolamento e a culpa, dificultando o processo de luto.
Como agir de forma acolhedora
- Presença silenciosa: Às vezes, não é necessário falar nada. Acompanhar, ouvir e validar a dor já é um gesto poderoso.
Frases que ajudam:
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"Sinto muito pela sua perda."
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"Não sei o que dizer, mas estou aqui com você."
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"Posso te ajudar com alguma tarefa?"
- Ações práticas: Cozinhar, ajudar com tarefas diárias ou simplesmente enviar mensagens de apoio demonstram cuidado sem pressionar.
- Permitir a expressão: Deixar que a pessoa fale sobre o bebê, se desejar, e respeitar seu tempo de luto.
Acolher com empatia e respeito
O luto perinatal exige sensibilidade e reconhecimento. Como destacam as especialistas, evitar certas frases e adotar uma postura de escuta ativa são passos essenciais para apoiar quem vive essa dor. Pequenos gestos de presença e validação podem fazer toda a diferença nesse momento de reconstrução. A sociedade precisa aprender a falar sobre o tema com maturidade, substituindo clichês por um acolhimento genuíno que honre a memória do bebê e a dor dos pais.