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domingo, 8 de junho de 2025 às 10:42 GMT+0

Por que se criticar não emagrece? Como a gordofobia e a autocrítica sabotam sua perda de peso

Você já acreditou que se criticar severamente pelo seu peso poderia motivá-lo a emagrecer? Essa ideia, embora comum, está longe de ser verdadeira. Segundo especialistas, a autocrítica excessiva e a gordofobia internalizada — o preconceito contra o próprio corpo — podem, na realidade, sabotar seus objetivos de bem-estar. Madeline Holcombe, da CNN, explora como a culpa e a vergonha relacionadas ao peso não apenas prejudicam a saúde mental, mas também dificultam a adoção de hábitos saudáveis.

O equívoco da vergonha como motivador

  • Por muito tempo, acreditou-se que envergonhar alguém por seu peso levaria a mudanças positivas, como alimentação mais saudável ou prática de exercícios. No entanto, Rebecca Pearl, professora de psicologia clínica na Universidade da Flórida, explica que as pesquisas mostram o oposto: a vergonha tende a piorar os comportamentos relacionados ao peso.
  • Estudos comprovam que o estigma do peso está associado a maior risco de depressão, ansiedade e transtornos alimentares.
  • Um estudo publicado na Health Psychology (05/06/25) revelou que pacientes submetidos à cirurgia bariátrica que sofreram menos estigma tiveram mais sucesso na perda e manutenção do peso.

O que é o estigma do peso?

  • O estigma do peso surge da ideia equivocada de que o corpo é totalmente controlável pela força de vontade. Alexis Conason, psicóloga especializada em transtornos alimentares, destaca que essa visão ignora fatores como genética, acesso a alimentos saudáveis e condições socioeconômicas. Quando as pessoas não se encaixam no padrão de magreza, são frequentemente julgadas como "moralmente fracas".

Impactos:

  • Internalização do estigma: Pessoas que absorvem críticas externas tendem a ter piores resultados em saúde mental e física.
  • Fontes do estigma: Mídia, comentários de conhecidos e até profissionais de saúde perpetuam esses preconceitos.

Como o estigma afeta a atividade física

A prática de exercícios é essencial para a saúde, mas o estigma do peso cria barreiras:

  • Desmotivação: Quem sofre julgamentos tem menos prazer e confiança para se exercitar.
  • Ambientes hostis: Academias podem ser intimidadoras para pessoas acima do peso, como explica Janet Tomiyama, psicóloga da UCLA.
  • Dado crucial: Pesquisas ligam a internalização do estigma à redução do tempo dedicado a atividades físicas.

O efeito na alimentação

O estresse causado pelo julgamento leva a comportamentos alimentares prejudiciais:

  • Comer emocional: O cortisol (hormônio do estresse) aumenta o desejo por alimentos calóricos e reduz a capacidade de fazer escolhas saudáveis.
  • Transtornos alimentares: Estigma está associado a compulsão, purgação e restrições extremas, segundo Pearl.

Como construir resiliência

Embora não seja possível eliminar o estigma da noite para o dia, estratégias podem ajudar:

  • Autocompaixão: Tratar a si mesmo com gentileza, entendendo que o problema está na cultura, não no corpo.
  • Apoio profissional: Psicólogos e nutricionistas especializados em transtornos alimentares podem auxiliar no processo.
  • Mudança cultural: Reduzir o foco no IMC como indicador de saúde e promover aceitação corporal são passos importantes.
  • Exemplo prático: Conason trabalha com pacientes para desconstruir ideias internalizadas e fortalecer a autoaceitação.

"Chamar crueldade de 'verdade' não a torna menos cruel. Gordofobia disfarçada de humor ou 'ajuda dura' é apenas covardia — uma forma de bater em quem já luta contra o próprio corpo, a saúde e o preconceito. Ninguém emagrece através da vergonha, mas muitos adoecem por causa dela. O excesso de peso já é uma batalha física e emocional; transformá-lo em piada ou motivo de escárnio não é incentivo, é violência."

A culpa e a vergonha não são aliadas da perda de peso. Pelo contrário, o estigma do peso — seja externo ou internalizado — está ligado a piores resultados físicos e mentais. A chave para mudanças sustentáveis está na autocompaixão, no combate aos preconceitos culturais e no apoio profissional. Como mostra a ciência, um ambiente acolhedor e livre de julgamentos é fundamental para promover a saúde real, além de um relacionamento mais saudável com o corpo.

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