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terça-feira, 8 de abril de 2025 às 11:34 GMT+0

Morte assistida: A corajosa decisão de Wayne Hawkins e o debate sobre o direito de morrer com dignidade

Wayne Hawkins, um americano de 80 anos, decidiu que não queria esperar pela morte lenta e dolorosa que suas doenças terminais trariam. Em vez disso, escolheu a morte assistida, um procedimento legal na Califórnia. Sua história, contada pela BBC, nos faz refletir sobre vida, morte e o direito de escolher como partir.

Por que Wayne escolheu a morte assistida?

Wayne sofria de várias doenças graves:

  • Insuficiência cardíaca terminal (com menos de seis meses de vida).
  • Câncer de próstata e problemas no fígado.
  • Dores intensas causadas por sepse e outros problemas.

Ele já havia visto parentes morrerem de forma agonizante e não queria o mesmo para si:

"Não vejo mérito em morrer lentamente, preso a tubos e máquinas", disse.

Pontos importantes

1. Mostra o sofrimento de quem enfrenta doenças sem cura.

2. Levanta a questão: Todos deveriam ter o direito de decidir como morrer?

Como funciona a morte assistida na Califórnia?

A lei exige regras rígidas para evitar abusos:

  • Dois médicos confirmam que o paciente está terminal e mentalmente capaz.
  • O próprio paciente deve tomar o remédio, sem ajuda direta de outros.
  • Família presente, mas sem interferir na decisão.

No caso de Wayne, o médico Donnie Moore preparou uma mistura de medicamentos letais, que ele tomou junto com suco para disfarçar o gosto amargo.

O que aconteceu depois?

  • Em 35 minutos, Wayne adormeceu e não acordou mais.
  • Sua família ficou ao seu lado, contando histórias até o último momento.

O outro lado da discussão: Os riscos da morte assistida

Nem todos apoiam essa prática. Alguns argumentos contra:

  • Pacientes podem se sentir pressionados a escolher a morte para não ser um "peso" para a família.
  • Erros médicos podem acontecer – e não há volta.
  • Pessoas com deficiência temem que a sociedade passe a ver suas vidas como "menos valiosas".

Um médico de cuidados paliativos, Vincent Nguyen, disse:

"Em vez de ajudar a morrer, deveríamos melhorar os cuidados para aliviar a dor."

E no Brasil? Isso já é permitido?

No Brasil, tanto o suicídio assistido quanto a eutanásia são proibidos por lei:

  • A prática é considerada crime, mesmo que seja feita por compaixão.
  • Um médico que realizar eutanásia pode ser processado por homicídio.
  • O Código Penal brasileiro prevê até 6 anos de prisão para quem "instiga ou auxilia alguém a suicidar-se", mesmo que a vítima sobreviva.
  • No entanto, o Testamento Vital (documento que expressa desejos sobre tratamentos médicos em caso de incapacidade) é legalizado e permite que a pessoa recuse tratamentos que prolonguem artificialmente a vida.

Reflexão:

  • Todos deveriam ter o direito de escolher?
  • Ou isso poderia levar a abusos?

O legado De Wayne: Uma morte em paz

Wayne morreu como viveu – Cercado por quem amava, no controle de suas decisões. Sua esposa Stella disse: "Acabaram as dores", aliviada por ver seu sofrimento terminar.

O que podemos aprender com essa história?

  • A morte é parte da vida, e cada um lida com ela de um jeito.
  • Discussões sobre direitos no fim da vida são necessárias, mas delicadas.
  • Seja qual for a opinião, histórias como a de Wayne nos fazem pensar no que realmente importa.

Para quem precisa de ajuda

Se você, ou alguém próximo, enfrenta sofrimento emocional, pensamentos suicidas ou luto por suicídio, há ajuda disponível:

"Não importa se a vida é longa ou curta, sagrada ou terrena, dolorosa ou serena. O último suspiro deveria ser tão único quanto o primeiro. A forma de partir não é sobre crenças, leis ou debates, é sobre o direito mais íntimo de quem viveu a própria história. Se a vida é nossa, por que não o adeus?"

Um debate necessário e delicado

A história de Wayne Hawkins não é apenas sobre morte, mas sobre como as sociedades encaram o fim da vida. Enquanto alguns veem a morte assistida como libertação, outros a enxergam como falha do sistema de saúde em oferecer cuidados paliativos adequados. Seja qual for a posição, sua jornada destaca a necessidade de diálogos compassivos, políticas bem regulamentadas e respeito às escolhas individuais.

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