Brasil estagnado: Como juros recordes e falta de liderança paralisam o País - A crise política que sufoca a economia brasileira

O artigo de William Waack, publicado em 18/06/25, discute os desafios econômicos e políticos do Brasil, destacando a combinação preocupante de juros elevados, falta de coordenação governamental e estagnação crônica. O texto aponta para uma crise multifacetada, onde fatores fiscais, institucionais e produtivos se entrelaçam, agravando o cenário de incerteza.
Juros sufocantes e seus impactos:
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O Banco Central elevou a taxa básica de juros, colocando o Brasil novamente entre as maiores taxas reais do mundo. Isso encarece créditos, desestimula investimentos e pressiona famílias e empresas.
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Juros altos refletem desequilíbrios estruturais, como a política fiscal expansionista, onde gastos superam receitas de forma persistente. Fontes como o Banco Mundial e o FMI alertam que esse cenário limita o crescimento e aumenta o endividamento público.
A armadilha fiscal e a falta de coordenação:
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O governo federal, embora criticado por medidas fiscais pouco sustentáveis, não é o único responsável. O Congresso também contribui para a irresponsabilidade fiscal, aprovando gastos sem fontes de receita claras.
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Dado crucial: A dívida pública brasileira segue em trajetória ascendente, conforme dados do Tesouro Nacional, reduzindo a margem para políticas anticíclicas em crises.
A estagnação da produtividade:
- Há 40 anos, a produtividade brasileira não avança significativamente, segundo estudos do Ipea e do IBGE. Isso impede ganhos de competitividade e piora a capacidade de gerar empregos e renda.
- Sem aumento de eficiência, o país depende de ciclos de commodities e enfrenta dificuldades para inovar, como destacam relatórios da OCDE.
A crise de liderança política:
- Waack enfatiza a ausência de lideranças capazes de articular um projeto nacional contra a estagnação. Executivo, Legislativo e Judiciário atuam de forma descoordenada, terceirizando responsabilidades.
- Exemplo: Enquanto o governo prioriza aumento de impostos, o Congresso não avança em reformas estruturais (como tributária ou administrativa), perpetuando o círculo vicioso.
O artigo retrata um Brasil paralisado por escolhas de curto prazo, onde a falta de visão estratégica e a fragmentação política aprofundam a crise. A alta dos juros é sintoma, não causa, de problemas maiores: descontrole fiscal, baixa produtividade e incapacidade de construir consensos. Para reverter esse quadro, são urgentes reformas que equilibrem as contas públicas, modernizem o Estado e incentivem a eficiência econômica — tarefas que demandam cooperação entre elites políticas e sociedade.
Como alerta Waack, sem ação coordenada, o risco é o agravamento do "afundamento coletivo".