Fraude no Pix: Ataque Hacker leva o Banco Central a suspender 3 empresas – Detalhes da Iinvestigação

O sistema financeiro brasileiro enfrentou um dos maiores desafios de segurança digital nos últimos dias. Um ataque cibernético contra a empresa C&M Software, provedora de serviços tecnológicos para instituições financeiras, resultou no desvio de recursos de contas reservas mantidas por bancos no Banco Central (BC). Como medida de proteção, o BC suspendeu cautelarmente três instituições do Pix: Transfeera, Soffy e Nuoro Pay, suspeitas de terem recebido parte dos valores desviados.
Importância e relevância do caso
- Impacto na segurança do sistema financeiro: O ataque expôs vulnerabilidades em empresas terceirizadas que integram o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), levantando discussões sobre regulamentação e fiscalização.
- Proteção dos usuários: A suspensão preventiva visa evitar mais prejuízos e garantir a confiança no Pix, sistema que movimenta bilhões diariamente.
- Investigação criminal: O caso envolve a Polícia Federal, a Polícia Civil de São Paulo e o BC, destacando a complexidade de crimes cibernéticos no setor financeiro.
Detalhes da suspensão
O Banco Central aplicou o Artigo 95-A da Resolução 30/2020, que permite suspender instituições cujas ações coloquem em risco o funcionamento do Pix. As medidas têm duração máxima de 60 dias, período em que as investigações serão aprofundadas. As empresas afetadas são:
- Transfeera: Sociedade de capital fechado autorizada pelo BC, que confirmou a suspensão do Pix, mas manteve outros serviços.
- Soffy e Nuoro Pay: Fintechs não autorizadas diretamente pelo BC, mas que operavam no Pix via parcerias. Nenhuma se pronunciou até o fechamento da reportagem.
O ataque cibernético
O crime ocorreu na noite de 1º de julho, quando hackers invadiram os sistemas da C&M Software e desviaram recursos de contas reservas bancárias. Os valores foram transferidos via Pix e convertidos em criptomoedas, dificultando o rastreamento. A C&M, que não opera transações financeiras diretamente, é uma peça-chave na conexão entre bancos e o SPB.
Ações das autoridades
- Investigação: A Polícia Civil de São Paulo prendeu um funcionário da C&M que confessou ter facilitado o acesso dos criminosos em troca de
R$ 15 mil
. - Retomada das operações: Em 3 de julho, o BC autorizou a C&M a voltar a operar no Pix, após verificar que não houve vazamento de dados de clientes.
Este caso reforça a necessidade de maior rigor na segurança cibernética e na fiscalização de empresas terceirizadas que acessam sistemas financeiros. O Banco Central agiu rapidamente para conter danos, mas o episódio serve de alerta para vulnerabilidades em um sistema cada vez mais digitalizado. Enquanto as investigações avançam, a transparência e a cooperação entre instituições serão essenciais para restabelecer a confiança no Pix e no SPB.