EUA x Esporte global: Entenda a polêmica da proibição de viagens de Trump

Os Estados Unidos estão prestes a sediar dois dos maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo da FIFA em 2026 e os Jogos Olímpicos de 2028. Esses torneios tradicionalmente atraem milhões de turistas e atletas de todo o mundo. No entanto, a recente proibição de viagens imposta pelo presidente Donald Trump, que restringe a entrada de cidadãos de 19 países, levantou dúvidas sobre como isso afetará o esporte global. Este resumo explora os detalhes da medida, suas exceções e os possíveis impactos em atletas, torcedores e competições.
O que é a proibição de viagens de Trump?
A ordem presidencial proíbe totalmente a entrada de cidadãos de 12 países (como Afeganistão, Irã e Haiti) e impõe restrições parciais a outros 7 (incluindo Venezuela e Cuba). A justificativa é a "segurança nacional", mas a medida gerou preocupações no esporte, especialmente para eventos internacionais.
- Afeta diretamente atletas, comissões técnicas e torcedores desses países.
- Pode criar desigualdades competitivas, como times sem apoio de suas torcidas.
Exceções para grandes eventos esportivos
A proibição inclui uma cláusula que permite a entrada de participantes de "eventos esportivos importantes", como Copa do Mundo e Olimpíadas. Organizadores da LA 2028 e a FIFA expressaram confiança de que isso garantirá a participação de todos os atletas.
- Nicole Hoevertsz, vice-presidente do COI, destacou que 206 países precisarão ter acesso aos EUA em 2028.
- A isenção cobre atletas, treinadores e familiares próximos, mas não menciona torcedores.
Pontos críticos:
- A definição de "grande evento esportivo" é vaga. Torneios como a Copa Ouro da Concacaf (com participação do Haiti) não foram claramente incluídos.
- Atletas em preparação para as Olimpíadas podem enfrentar barreiras para treinar nos EUA antes de 2028.
Impacto em ligas esportivas norte-americanas
Atletas de países proibidos que já atuam nos EUA — como venezuelanos na MLS (Major League Soccer) ou sul-sudaneses na NBA — enfrentam incertezas. A proibição não esclarece se poderão retornar após viagens internacionais.
Exemplos:
- Josef Martinez (San Jose Earthquakes) e outros venezuelanos podem ser impedidos de reingressar nos EUA após jogos fora do país.
- Em 2017, a MLS manifestou preocupação com políticas similares, destacando seu impacto na diversidade do esporte.
Antecedentes: Proibições anteriores e reações
Trump já havia imposto restrições durante seu primeiro mandato, afetando atletas como a seleção tibetana de futebol feminino (visto negado em 2017). A FIFA, sob Gianni Infantino, inicialmente criticou as medidas, mas recentemente adotou um tom mais conciliador.
Contradições:
- Infantino elogiou publicamente Trump em 2024, mesmo com a nova proibição.
- Em 2017, a FIFA alertou que restrições poderiam prejudicar a candidatura dos EUA à Copa de 2026.
Torcedores excluídos e consequências
Enquanto atletas têm garantias, torcedores de países proibidos não poderão acompanhar seus times pessoalmente. Isso afeta especialmente a Copa do Mundo de 2026, onde seleções como Irã (já classificada) e Venezuela (potencial participante) terão apoio limitado.
Efeitos colaterais:
- Desvantagem psicológica para equipes sem torcida.
- Impacto econômico em cidades-sede, com menos turistas.
A proibição de viagens de Trump cria um cenário complexo para o esporte global. Embora atletas de elite tenham proteções, a falta de clareza sobre outros eventos e a exclusão de torcedores geram incertezas. Os organizadores da LA 2028 e da Copa de 2026 demonstram otimismo, mas questões práticas — como o status de atletas profissionais nos EUA e o acesso a torneios menores — permanecem sem resposta. Enquanto a segurança nacional é prioritária, o espírito de união do esporte pode ser comprometido se diálogos não forem aprofundados.