Por que Pelé recebeu sete bolas de ouro mais de 30 anos após aposentadoria?
Pelé, considerado o maior jogador de futebol da história e reverenciado mundialmente, não recebeu a Bola de Ouro enquanto atuava. A revista France Football, responsável pelo prêmio, reavaliou em 2015 sua lista histórica de vencedores, contemplando jogadores não-europeus que atuaram de forma extraordinária, mas que, até 1995, estavam fora do escopo do prêmio. Com essa revisão, Pelé foi reconhecido como vencedor em sete edições: 1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1964 e 1970.
Contexto histórico e mudança nas regras
- Limitação inicial: Quando a Bola de Ouro foi criada em 1956, a premiação era restrita a jogadores europeus. Isso excluiu grandes ícones, incluindo Pelé, Maradona, Garrincha e Zico, que atuavam fora da Europa.
- Reparação Histórica: Em 2015, durante a celebração dos 60 anos do prêmio, a France Football decidiu reconsiderar suas restrições, aplicando regras mais amplas que passaram a incluir jogadores de fora da Europa.
- Reconhecimento de legados: Além de Pelé, Garrincha (1962), Romário (1994), Maradona e Mario Kempes também foram reconhecidos retroativamente por suas atuações destacadas.
A distinção de Pelé e outros campeões
Mesmo com a revisão histórica, Pelé não ultrapassaria o argentino Lionel Messi, que possui atualmente 8 Bolas de Ouro, conquistando o topo do ranking.
1º.
Lionel Messi (Argentina) - Com 8 títulos (2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019, 2021 e 2023), Messi é o jogador com o maior número de Bolas de Ouro na história. Sua habilidade excepcional e consistência ao longo dos anos o colocam no topo dos vencedores.
2º.
Cristiano Ronaldo (Portugal) - Com 5 títulos (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017), Ronaldo é o segundo maior vencedor. Sua presença entre os melhores reflete seu impacto duradouro e talento no cenário mundial do futebol.
3º.
Johan Cruyff (Holanda) - Vencedor de 3 títulos (1971, 1973 e 1974), Cruyff é um dos maiores expoentes do futebol holandês e revolucionou o esporte com seu estilo de jogo e visão estratégica.
3º.
Michel Platini (França) - Com 3 títulos (1983, 1984 e 1985), Platini marcou uma era de ouro para o futebol francês e consolidou-se como uma lenda europeia.
3º.
Marco Van Basten (Holanda) - Também com 3 títulos (1988, 1989 e 1992), Van Basten é lembrado como um dos atacantes mais prolíficos e elegantes de todos os tempos.
4º.
Ronaldo Fenômeno (Brasil) - Com 2 títulos (1997 e 2002), Ronaldo é lembrado por sua habilidade incomparável e sua capacidade de superar adversidades ao longo de sua carreira.
4º.
Franz Beckenbauer (Alemanha)- Com 2 títulos (1972 e 1976), Beckenbauer, apelidado de “O Kaiser”, trouxe um nível inédito de elegância e inteligência ao futebol alemão.
4º.
Alfredo Di Stefano (Argentina) - Conquistou 2 títulos (1957 e 1959) e é considerado um dos jogadores mais completos e visionários da história do futebol.
4º.
Karl-Heinz Rummenigge (Alemanha) - Com 2 títulos (1980 e 1981), Rummenigge é uma das figuras mais icônicas do futebol alemão.
4º
. Kevin Keegan (Inglaterra) - Keegan, vencedor de 2 títulos (1978 e 1979), é lembrado como uma lenda no futebol inglês, com grande impacto tanto em clubes quanto em seleções.
- Pelé (Brasil) - Em uma correção histórica, Pelé foi reconhecido com 7 títulos póstumos (1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1964 e 1970). Apesar de não ter recebido o prêmio durante sua carreira, seu legado inegável agora é reconhecido oficialmente.
Importância e relevância
- Resgate histórico: O reconhecimento retroativo de Pelé e outros grandes jogadores ressalta a necessidade de inclusão e justiça histórica.
- Patrimônio cultural: Pelé representa o talento futebolístico brasileiro e global, e seu reconhecimento reafirma sua posição na história.
- Motivação para futuros atletas: Essa revisão abre espaço para a valorização de legados, encorajando jogadores a transcendê-los.
A decisão da France Football em rever seus critérios reforça a importância de corrigir injustiças históricas e de reconhecer legados extraordinários. Pelé, mesmo anos após sua aposentadoria, se consagra ainda mais como o "Rei do Futebol", consolidando seu impacto e influência global. A homenagem faz jus ao talento incomparável que, embora não tenha sido oficialmente laureado à época, marcou para sempre a história do futebol.