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terça-feira, 5 de novembro de 2024 às 11:14 GMT+0

Eleições Americanas de 2024: O que uma vitória de Trump pode significar para o mundo e para o Brasil

As eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos se tornaram um evento global de extrema importância, com implicações não só para os americanos, mas para o mundo inteiro. Considerando o peso econômico, político e militar dos EUA, o resultado impactará diretamente países parceiros, incluindo o Brasil. A seguir, uma análise detalhada dos possíveis desdobramentos de uma vitória de Donald Trump, comparando com o que a candidatura de Kamala Harris oferece.

Comércio internacional e relações econômicas: A nova política tarifária

Donald Trump promete uma política comercial protecionista e agressiva, que inclui uma tarifa de 20% sobre todas as importações estrangeiras, com taxas ainda mais altas para a China, que poderiam chegar a 200%. Essa abordagem tem o objetivo de proteger a indústria americana, mas deve desencadear uma série de consequências:

  • Efeito nos EUA: Aumento dos preços de produtos importados, gerando inflação interna e maior custo de vida para os consumidores americanos.
  • Impacto global: Guerras comerciais em resposta às tarifas, com potenciais retaliações de países afetados, especialmente China e União Europeia. Isso pode levar a uma desaceleração econômica global e ao aumento das tensões entre as principais economias.
  • Reflexo no Brasil: Para o Brasil, que tem a China e os EUA como dois dos principais parceiros comerciais, essas disputas poderiam desestabilizar as exportações brasileiras e os preços de produtos como soja e carne, afetando diretamente a economia nacional. Em uma escala maior, haveria ainda o risco de o Brasil enfrentar tarifas adicionais se o protecionismo de Trump se expandisse.

Kamala Harris, por outro lado, deve continuar a abordagem menos agressiva de Joe Biden, mantendo parcerias comerciais e evitando a imposição de tarifas de maneira tão drástica. Essa postura beneficiaria o Brasil, pois evitaria uma quebra nos acordos comerciais atuais.

Questões ambientais: Mudança climática e sustentabilidade

Uma vitória de Trump traria um retorno a políticas ambientais extremamente controversas. Trump já declarou que pretende retirar os EUA do Acordo de Paris e incentivar a exploração de petróleo e gás sem regulamentação ambiental, incluindo o uso irrestrito de fracking.

  • Consequências para o meio ambiente global: Essas políticas provavelmente aumentariam as emissões de carbono dos EUA, enfraquecendo os esforços globais para combater as mudanças climáticas. Como os EUA são um dos maiores emissores de carbono do mundo, a falta de compromisso pode dificultar a transição global para uma economia de carbono zero.
  • Impacto para o Brasil: A questão climática também afeta diretamente o Brasil, que é uma das principais nações focadas na preservação da Amazônia. Uma administração americana indiferente às mudanças climáticas poderia enfraquecer o engajamento global necessário para proteger a floresta amazônica e apoiar políticas de preservação, além de pressionar o Brasil a desregulamentar suas próprias leis ambientais.

Kamala Harris, por outro lado, promete seguir as políticas ambientais de Joe Biden, priorizando a sustentabilidade e reforçando acordos internacionais, o que colaboraria para manter a pressão global para preservação da Amazônia e o combate às mudanças climáticas.

Alianças militares e defesa internacional: Implicações para a segurança global

Os EUA são o pilar da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e têm alianças estratégicas importantes, especialmente na Europa e na Ásia. Kamala Harris deve continuar a postura de Biden, fortalecendo alianças e mantendo o apoio militar à OTAN. Por outro lado, Trump tem uma visão radicalmente diferente, sugerindo que os EUA reduziriam seu envolvimento na OTAN, e vê as alianças como um peso financeiro e de segurança.

  • Risco para aliados: Se Trump for reeleito, há um risco real de que ele enfraqueça ou até mesmo retire os EUA da OTAN, o que criaria um vácuo de segurança. Isso poderia tornar países da Europa Oriental, como a Polônia e os Bálticos, mais vulneráveis a pressões externas, especialmente da Rússia.
  • Impacto no Brasil: Para o Brasil, um enfraquecimento das alianças de segurança americanas significaria um cenário mundial mais instável, podendo forçar o país a rever suas próprias políticas de defesa e cooperação internacional. Em um mundo com alianças fragmentadas, o Brasil poderia sentir a necessidade de fortalecer parcerias regionais e garantir maior independência na área de defesa.

Democracia e governança: Questões sobre a confiança no processo eleitoral

O questionamento da legitimidade das eleições americanas de 2020, promovido por Trump, levantou uma crise de confiança no sistema eleitoral dos EUA, criando divisões internas profundas. Nas eleições de 2024, esse cenário persiste, com Trump não comprometendo-se com uma transição pacífica em caso de derrota.

  • Cenário interno nos EUA: A crise de confiança no processo eleitoral e a radicalização política nos EUA ameaçam a própria democracia americana, colocando em xeque o respeito às instituições. Isso pode desencadear um cenário de instabilidade política que prejudicaria tanto a governabilidade interna quanto a capacidade dos EUA de liderar no cenário global.
  • Reflexo para o Brasil e outros países: No Brasil, que já enfrenta desafios próprios de polarização política, um exemplo de desestabilização democrática nos EUA poderia inspirar movimentos semelhantes, enfraquecendo a confiança nas instituições brasileiras e alimentando tensões internas.

Kamala Harris, ao manter uma postura mais moderada, sugere que deve defender a estabilidade institucional, preservando a confiança na democracia e na transparência eleitoral, o que é visto como positivo para relações de confiança entre os países.

Segurança nacional e Imigração: Aumento da rigorosidade

Trump propôs uma série de políticas de segurança nacional e imigração que incluem deportação em massa de imigrantes irregulares e o uso de forças armadas para cumprir essas medidas, se necessário. Esse posicionamento, embora endosse uma postura rígida de segurança, pode gerar divisões internas e críticas severas de organizações de direitos humanos.

  • Impacto interno nos EUA: As políticas de imigração de Trump poderiam aumentar a polarização social e gerar instabilidade interna, além de afetar diretamente a economia americana, que depende significativamente da mão de obra imigrante.
  • Consequências globais e para o Brasil: Para o Brasil, políticas de imigração mais severas nos EUA podem afetar cidadãos brasileiros em território americano. Além disso, a abordagem de Trump tende a desincentivar a cooperação internacional em temas de direitos humanos, criando um ambiente mais hostil para diplomacia e acordos multilaterais.

Kamala Harris, por outro lado, deve seguir uma política mais flexível de imigração e segurança, buscando integrar políticas de acolhimento e respeito aos direitos humanos, o que facilitaria as relações diplomáticas e cooperação internacional, favorecendo cidadãos de outros países, como os brasileiros.

As eleições americanas de 2024 transcendem as fronteiras dos Estados Unidos, tocando questões globais que incluem economia, defesa, meio ambiente e democracia. A vitória de Donald Trump ou Kamala Harris determinará o papel dos EUA no cenário mundial para os próximos anos e terá reflexos em países aliados, inclusive no Brasil.

Enquanto Trump propõe políticas protecionistas, que podem prejudicar o comércio global e aumentar as tensões internacionais, Kamala Harris favorece uma política de alianças e cooperação, mantendo o país como líder democrático. Independentemente do resultado, o Brasil precisará adaptar suas estratégias para garantir sua estabilidade e manter boas relações comerciais e diplomáticas, seja num cenário mais fechado ou cooperativo.

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