Governo Lula vs. Congresso: A batalha pelo controle da política em 2026

O artigo de William Waack, publicado em 25/06/25, discute um momento crucial da política brasileira: o Congresso Nacional infligiu uma significativa derrota ao governo Lula, rejeitando uma medida que aumentaria impostos para cobrir déficits orçamentários. Esse episódio não apenas evidencia tensões entre os Poderes, mas também revela uma mudança no equilíbrio de forças, com o Legislativo assumindo maior controle sobre a agenda política.
O contexto da derrota do governo
- O governo propôs um aumento de impostos, especialmente do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), para fechar uma lacuna no Orçamento.
- A medida foi rejeitada de forma contundente pela Câmara e pelo Senado, mostrando resistência à política fiscal do Executivo.
- A derrota expõe a dificuldade do governo em implementar reformas tributárias e manter o equilíbrio fiscal, já que o déficit orçamentário permanece sem solução.
O Congresso como protagonista político
- Os parlamentares usaram a rejeição ao aumento de impostos para demonstrar força e controlar a narrativa política.
- O Legislativo posicionou-se como defensor de causas populares, como evitar altas na conta de luz e reduzir a carga tributária, estrategicamente alinhando-se com o eleitorado em um ano pré-eleitoral (2026).
- Além disso, o Congresso reforçou seu poder sobre o Orçamento, utilizando emendas parlamentares e vetando propostas do Executivo, o que redefine as relações entre os Poderes.
As implicações para o governo Lula
- O governo já enfrentava resistências em temas como reforma tributária e agora vê sua capacidade de influenciar a agenda política ainda mais limitada.
- A derrota não é apenas fiscal, mas também simbólica: o Legislativo controla a narrativa, deixando o Executivo em posição defensiva.
- A irresponsabilidade fiscal de ambos os lados é destacada, pois o Congresso barrou a medida sem apresentar alternativas para o ajuste orçamentário.
Relevância e impactos futuros
- O episódio reflete um Congresso mais autônomo e menos alinhado ao Planalto, o que pode dificultar a governabilidade.
- Em um ano eleitoral, a disputa por popularidade tende a intensificar conflitos entre os Poderes, com possíveis prejuízos a políticas públicas de longo prazo.
- A centralização do Orçamento nas mãos do Legislativo, via emendas, pode gerar distorções na alocação de recursos, priorizando interesses regionais em detrimento do planejamento nacional.
A derrota do governo Lula no Congresso vai além de uma questão fiscal pontual: simboliza uma mudança no jogo de poder, com o Legislativo assumindo as rédeas da política nacional. Enquanto o Executivo perde espaço para moldar a narrativa, o Congresso se fortalece, misturando estratégias eleitoreiras com disputas institucionais. Esse cenário sugere um futuro de maior confronto e complexidade na administração pública, especialmente em um contexto de crise orçamentária e campanhas eleitorais em curso.