Nicolás Maduro toma posse sob forte contestação: Ausência de Lula, críticas a Milei e repressão a opositores
A cerimônia de posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato na presidência da Venezuela ocorreu em 10 de janeiro de 2025, cercada de tensões políticas, acusações de fraude e manifestações populares. Entenda os principais acontecimentos que marcaram esse evento.
Contexto da posse
- Antecipação da cerimônia: Maduro adiantou a posse para evitar que a oposição, liderada por Edmundo González, realizasse um evento paralelo reivindicando o cargo.
- Juramento de Maduro: Durante o ato no Salão Elíptico do Palácio Legislativo, Maduro jurou cumprir a Constituição e prometeu um mandato de paz, prosperidade e democracia.
Acusações de fraude
- Resultados questionados: A oposição alega que Edmundo González obteve 70% dos votos, mas o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo governo, declarou vitória de Maduro com 52%.
- Reações internacionais: Vários países, como Estados Unidos, Canadá e União Europeia, impuseram sanções à Venezuela, acusando irregularidades no processo eleitoral.
Ausência de apoio regional
- Líderes presentes: Apenas os presidentes de Cuba e Nicarágua compareceram. Representantes de Rússia, Irã e China também marcaram presença.
- Ausência de Lula e outros líderes: O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, junto com outros líderes regionais, decidiu não participar, enviando apenas a embaixadora Gilvânia Maria de Oliveira.
Protestos e repressão
- Manifestações contra Maduro: No dia anterior à posse, ocorreram 157 protestos em todo o país, resultando em 20 prisões.
- Perseguição a opositores: Líderes oposicionistas, como María Corina Machado, foram presos e rapidamente liberados. Mais de 2 mil pessoas foram detidas nos últimos meses, incluindo menores de idade.
- Repressão militar: O governo mobilizou forças policiais e militares para impedir reuniões da oposição e reforçar o controle nas ruas.
Críticas ao discurso de Maduro
- Posicionamento desafiador: Maduro atacou governos de direita na América Latina e acusou os Estados Unidos de transformarem a eleição venezuelana em um conflito global.
- Acusações a Javier Milei: O líder venezuelano criticou o presidente argentino, chamando-o de "sádico social" apoiado pelos EUA.
Sanções internacionais
- Ações dos EUA e aliados: O governo americano aumentou a recompensa pela captura de Maduro e impôs sanções a autoridades venezuelanas, incluindo membros do Conselho Eleitoral.
- Impacto econômico e político: As sanções visam pressionar o governo chavista, mas também agravam a crise econômica do país.
A posse de Nicolás Maduro reflete a complexidade da crise política venezuelana. De um lado, um governo contestado busca consolidar seu poder; do outro, uma oposição fragmentada e apoiada internacionalmente tenta resistir. A repressão aos protestos e as sanções estrangeiras indicam que a instabilidade no país continuará sendo um desafio para a região.
Maduro inicia este mandato prometendo paz e democracia, mas enfrenta ceticismo dentro e fora do país. O futuro da Venezuela permanece incerto, e os desdobramentos dessa posse podem definir novos rumos para o país.