Trump x Lula: Crise diplomática após acusação de 'Caça às Bruxas' a Bolsonaro – Entenda o caso e pepercussões

No dia 7 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump publicou uma mensagem em sua rede social Truth Social defendendo o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, acusando o Brasil de promover uma "caça às bruxas" contra ele. A declaração gerou uma resposta imediata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que rejeitou qualquer tipo de interferência estrangeira nos assuntos internos do país. O episódio reacendeu debates sobre soberania, democracia e relações internacionais.
O contexto da declaração de Trump
Trump, que já foi aliado político de Bolsonaro durante seus mandatos, afirmou que o Brasil estaria perseguindo injustamente o ex-presidente, comparando a situação com suas próprias experiências nos EUA. Ele descreveu Bolsonaro como um "líder forte" que "amava seu país" e sugeriu que o processo judicial contra ele seria uma perseguição política. Além disso, Trump mencionou as eleições de 2022 como "acirradas" e afirmou que Bolsonaro lideraria as pesquisas para 2026 — informação que não condiz com a realidade, já que o ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A resposta de Lula e a defesa da soberania brasileira
Em nota oficial, o presidente Lula reafirmou a independência das instituições brasileiras e a soberania do país, declarando:
"Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja".
Ele destacou que o Brasil possui um sistema jurídico sólido e que ninguém está acima da lei, em clara referência ao processo contra Bolsonaro. Durante uma coletiva na cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, Lula reforçou:
"Esse país tem lei, tem regra e tem um dono chamado povo brasileiro".
O processo judicial contra Bolsonaro
O ex-presidente enfrenta acusações no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a denúncia do Ministério Público, Bolsonaro teria participado da elaboração de minutas golpistas e de um plano chamado "Punhal Verde Amarelo", que incluía a suposta intenção de assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O julgamento deve ocorrer entre agosto e setembro de 2025, e, se condenado, Bolsonaro pode enfrentar mais de 30 anos de prisão.
A atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, mudou-se para os EUA em março de 2025 e tentou influenciar o governo Trump a pressionar o Brasil, pedindo anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Como resposta, o STF abriu um inquérito para investigar Eduardo por possível obstrução da Justiça. O secretário de Estado americano Marco Rubio chegou a ameaçar Moraes com sanções baseadas na Lei Magnitsky, mas nenhuma medida concreta foi tomada até o momento.
A relevância do caso
- Soberania nacional: O episódio reforça a importância do respeito às decisões jurídicas internas de cada país.
- Relações internacionais: Mostra como figuras políticas globais podem tentar influenciar processos democráticos em outras nações.
- Crise institucional: O caso ilustra a polarização política no Brasil e os desafios do sistema judicial em lidar com acusações contra ex-líderes.
- Liberdade de expressão x interferência: A declaração de Trump levanta debates sobre os limites entre a defesa de aliados e a ingerência em assuntos de outros países.
A troca de declarações entre Trump e Lula reflete tensões políticas que vão além das fronteiras nacionais, envolvendo questões de democracia, justiça e soberania. Enquanto Trump posiciona-se como defensor de Bolsonaro, Lula reafirma a autonomia do Brasil diante de pressões externas. O desfecho do processo judicial contra o ex-presidente brasileiro será crucial para determinar os rumos da política nacional e a resposta do país a eventuais tentativas de interferência internacional. O caso também serve como um alerta sobre os riscos da judicialização da política e da polarização em um contexto globalizado.