Dieta restritiva piora depressão? Estudo revela impacto da baixa caloria na saúde mental

Um estudo recente publicado na revista BMJ Nutrition, Prevention & Health revelou que dietas muito restritivas em calorias podem estar associadas ao agravamento dos sintomas de depressão. A pesquisa, liderada pelo psiquiatra Venkat Bhat, analisou dados de mais de 28 mil adultos e destacou a importância do equilíbrio nutricional para a saúde mental. Este resumo explora os principais achados, suas implicações e recomendações, com base em fontes confiáveis e especialistas.
Principais achados do estudo:
1. Associação entre restrição calórica e depressão:
- Pessoas que seguiam dietas muito restritivas, especialmente homens e indivíduos com sobrepeso, apresentaram níveis mais altos de sintomas depressivos.
- A qualidade da dieta também influenciou: dietas ricas em ultraprocessados, carboidratos refinados e gorduras saturadas foram ligadas a maior risco de depressão, enquanto padrões alimentares similares à dieta mediterrânea mostraram efeitos protetores.
2. Contraste com estudos anteriores:
- Pesquisas anteriores, como um estudo de 2023 coassinado por Johanna Keeler, do King’s College London, sugeriram que dietas restritivas supervisionadas por profissionais podiam reduzir sintomas depressivos, especialmente quando levavam à perda de peso.
- A diferença crucial é que o novo estudo focou em dietas não supervisionadas, que podem levar a deficiências nutricionais e frustração, exacerbando a depressão.
3. Mecanismos explicativos:
- Fatores psicológicos: Dietas muito restritivas podem gerar estresse, ansiedade e ciclos de "efeito sanfona", que pioram o humor.
- Fatores fisiológicos: A falta de nutrientes essenciais pode causar fadiga, distúrbios do sono e dificuldade de concentração, agravando sintomas depressivos.
- Risco de transtornos alimentares: Kary Woodruff, da Universidade de Utah, alerta que padrões extremos estão ligados a maior ansiedade e desenvolvimento de transtornos alimentares.
Recomendações dos especialistas:
- Evitar extremos: Bhat enfatiza a necessidade de mudanças equilibradas e sustentáveis, que considerem necessidades nutricionais e impactos psicológicos.
- Priorizar qualidade nutricional: Natalie Mokari, nutricionista, sugere focar em refeições diversificadas, com proteínas, carboidratos complexos, gorduras saudáveis e fibras, em vez de cortes radicais.
- Buscar acompanhamento profissional: Keeler e Woodruff destacam a importância de consultar nutricionistas ou médicos antes de iniciar dietas restritivas, especialmente para quem já enfrenta depressão.
O estudo reforça que dietas muito restritivas, sem supervisão adequada, podem ter efeitos negativos na saúde mental. A chave está no equilíbrio: melhorar a qualidade da alimentação, com orientação profissional, tende a beneficiar tanto o corpo quanto a mente. Como destacam os especialistas, pequenas mudanças graduais e personalizadas são mais eficazes do que restrições radicais, promovendo bem-estar físico e emocional a longo prazo.