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segunda-feira, 21 de outubro de 2024 às 10:57 GMT+0

Diário de Albert Einstein quando veio ao Brasil: A visão do gênio sobre os brasileiros e a América do Sul

Albert Einstein, um dos maiores físicos da história, viajou pela América do Sul em 1925. Durante essa viagem, ele registrou suas impressões pessoais sobre os países que visitou. Esses registros privados revelam uma face menos conhecida do cientista, mostrando visões ambivalentes e até preconceituosas sobre o Brasil e outros países da região. A seguir, apresento um resumo completo e organizado com as principais informações dessa viagem, destacando as percepções de Einstein.

A viagem à América do Sul (1925)

  • Motivação: A visita de Einstein ao Brasil, Argentina e Uruguai foi impulsionada por interesses pessoais e científicos, sendo uma oportunidade para ampliar seus estudos sobre a teoria da relatividade e se afastar de Berlim.
  • Diários: Escreveu impressões imediatas, muitas vezes concisas, que serviriam de memória para compartilhar com sua esposa e enteada, sem intenção de publicação.

As impressões de Einstein sobre o Brasil

  • Ambivalência: Embora tenha se encantado com a natureza majestosa do Brasil, a "mistura racial" e paisagens como o Corcovado e o Pão de Açúcar, também expressou sentimentos contraditórios sobre o povo brasileiro.
  • Comentários polêmicos: Einstein descreveu os brasileiros como "macacos" e "fofinhos", o que, segundo o historiador Ze'ev Rosenkranz, denota uma certa desumanização e superioridade, reflexo de sua crença no "determinismo geográfico". Ele acreditava que o clima tropical prejudicava as capacidades cognitivas das pessoas.

Visões sobre a Argentina

  • Preconceitos e estereótipos: Einstein viajou com estereótipos sobre os argentinos e, em parte, eles foram confirmados. Ele chamou os argentinos de "índios" e "espanhóis", frequentemente expressando uma visão eurocentrista e paternalista.
  • Crítica à Capital: Buenos Aires foi descrita por Einstein como "superficial", "fria" e "estéril", e ele comparou a cidade a Nova York, mas em uma versão menos intelectual e mais materialista. Apesar disso, gostou das paisagens em Córdoba e da música tradicional local.

Comentários sobre o Uruguai

  • Cordialidade: Einstein mostrou um afeto mais positivo pelos uruguaios, admirando sua "cordialidade genuína". Contudo, as impressões sobre o país, em geral, foram menos impactantes comparadas às dos outros dois países.

"Uruguai, um pequeno país feliz", escreveu o cientista.

Reflexões e controvérsias

  • Humanidade complexa: A publicação dos diários de Einstein revela o lado humano e contraditório do cientista. Apesar dos comentários racistas e paternalistas, ele se tornaria um importante ativista contra o racismo anos depois.
  • Impacto atual: A revelação dessas anotações privadas gerou indignação em países como o Brasil, onde as expressões foram vistas como paternalistas e ofensivas. Segundo Rosenkranz, isso expõe o fato de que até as mentes mais brilhantes têm preconceitos.

Os diários de viagem de Einstein revelam uma discrepância entre suas declarações públicas e privadas. Publicamente, ele era progressista e humanitário, defendendo a tolerância e o combate ao racismo. No entanto, em suas anotações privadas, suas opiniões eram muitas vezes preconceituosas e paternalistas. Isso destaca um aspecto humano e contraditório de sua personalidade, algo comum a muitas figuras históricas.

A visita de Albert Einstein à América do Sul revela um lado menos conhecido do físico, onde suas visões pessoais nem sempre refletiam a figura pública progressista que ele projetava. Embora tenha se encantado com a geografia e a diversidade cultural do Brasil, suas opiniões sobre o povo local e outras regiões revelam preconceitos típicos de sua época e posição. Esses registros nos ajudam a entender melhor as contradições de figuras históricas e nos convidam a refletir sobre a evolução do pensamento humano ao longo do tempo.

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