Haddad apresenta a Lula novo pacote econômico: Veja as mudanças no IOF, taxação de bets e impactos no seu bolso

Nesta terça-feira (10 de junho de 2025), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pacote de medidas que substitui o decreto recente que ampliava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A proposta, negociada entre o governo e o Congresso Nacional, busca ajustar a tributação financeira com compensações em outras áreas, visando equilibrar os impactos econômicos e arrecadatórios.
Contexto e importância
- Revisão do IOF: O decreto original, publicado em maio, gerou críticas do mercado financeiro e do Congresso, levando o governo a recalibrar as alíquotas. A mudança reflete a necessidade de conciliar arrecadação e estímulo a setores estratégicos.
- Compensações tributárias: Para evitar perdas fiscais, o plano inclui aumento de tributos em outros setores, como apostas esportivas e rendimentos de investimentos. Isso demonstra a busca por equilíbrio nas contas públicas.
- Diálogo institucional: O acordo com o Congresso destaca a importância da negociação política para aprovar reformas tributárias, evitando conflitos entre os Poderes.
Principais medidas do pacote
1. Reduções no IOF:
- Cortes em tributos sobre crédito para empresas e operações de risco sacado (80% de redução).
- Diminuição da tributação sobre seguros de vida (VGBL).
- Isenção para retorno de investimentos estrangeiros diretos.
2. Aumentos em outras tributações:
- Alíquota de apostas esportivas ("bets") sobe de 12% para 18%.
- Fim da isenção de Imposto de Renda para LCI e LCA, com alíquota de 5%.
- Ajuste na CSLL para fintechs, eliminando a alíquota mínima de 9% e alinhando-a à cobrança sobre bancos (15% a 20%).
3. Outras iniciativas:
- Proposta de emenda constitucional (PEC) para revisar benefícios fiscais.
- Compromisso com controle de gastos primários, sinalizando responsabilidade fiscal.
Processo de aprovação
A equipe econômica só detalhará as propostas após o aval de Lula, que retornou de viagem à França nesta segunda-feira (9). A estratégia reflete a centralização de decisões no Palácio do Planalto e a busca por alinhamento interno antes de divulgar medidas ao público.
Críticas e desafios
- Setores financeiros e parlamentares argumentam que as alternativas ao IOF podem representar uma "escalada tributária".
- A mudança na tributação de investimentos (como LCI/LCA) pode afetar poupadores e o mercado de capitais.
- A PEC sobre benefícios fiscais exigirá amplo apoio no Congresso, o que pode demandar novas concessões.
O pacote de Haddad representa uma tentativa de equilibrar ajustes fiscais e estímulos econômicos, com ênfase na negociação política. Se aprovado, terá impactos significativos em setores como crédito, investimentos e apostas, além de sinalizar a direção da política tributária do governo. No entanto, seu sucesso dependerá da capacidade de conciliar interesses diversos, mantendo a confiança do mercado e o apoio no Legislativo. A apresentação a Lula marca o início de um debate crucial para a economia brasileira em 2025.