Conflito Israel x Irã 2025: Cessar-fogo violado, ataques a Teerã e o papel dos EUA na crise

Na noite de segunda-feira, 23 de junho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo entre Israel e Irã, buscando encerrar uma escalada militar de 12 dias. A proposta foi inicialmente aceita por ambos os lados, mas a fragilidade do acordo rapidamente se tornou evidente.
O anúncio do cessar-fogo e sua violação
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Acordo preliminar: Irã concordou em cessar ataques se Israel fizesse o mesmo, enquanto Israel confirmou sua adesão após alegar ter atingido seus objetivos militares.
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Alegação de violação: Horas depois do anúncio, o governo israelense afirmou que mísseis iranianos foram lançados na madrugada, violando o acordo. A BBC, no entanto, não conseguiu confirmar esses novos ataques de forma independente.
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Resposta de Israel: Em retaliação, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou um ataque intenso e direcionado contra alvos estratégicos no coração de Teerã.
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Negação iraniana: O Irã negou ter realizado novos ataques após o cessar-fogo e afirmou que não deixaria nenhuma violação de sua soberania sem resposta. A mídia iraniana também alegou que o número de mísseis usados era proporcional às bombas lançadas pelos EUA em suas instalações nucleares no fim de semana.
Implicações da violação e a escalada militar
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Risco de guerra aberta: Se confirmada, a violação do cessar-fogo representou uma quebra significativa, reacendendo o risco de uma guerra aberta entre os países e provocando novas ordens de evacuação em Teerã.
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Alegações de Israel: Israel alegou ter destruído alvos relevantes, incluindo agentes da milícia Basij e um cientista nuclear sênior, reforçando sua posição defensiva e ofensiva.
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Proporcionalidade da resposta iraniana: O Irã justificou seus mísseis como uma resposta proporcional à destruição de suas instalações nucleares pelos Estados Unidos.
Atuação dos Estados Unidos e impacto estratégico
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Mediação de Trump: Donald Trump se posicionou como mediador do cessar-fogo, com a assistência do Catar, cujo primeiro-ministro atuou como ponte entre as partes. Trump destacou nas redes sociais que ambos os países o procuraram em busca de uma solução pacífica.
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Vitória diplomática? Analistas da BBC consideraram que essa trégua poderia ser uma das poucas vitórias tangíveis da política externa de Trump, especialmente em contraste com o impasse na guerra da Ucrânia.
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Ataques à base de Al-Udeid: Trump minimizou os ataques iranianos à base americana de Al-Udeid, no Catar, descrevendo-os como "fracos" e previamente avisados. Os governos americano e catari afirmaram que os mísseis foram interceptados sem causar vítimas.
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Ataques nucleares à Fordo: A resposta americana aos ataques iranianos incluiu o uso de bombas especializadas capazes de destruir instalações subterrâneas profundas, como a planta nuclear de Fordo, uma das mais importantes para o programa atômico iraniano.
Reflexos econômicos e diplomáticos
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Queda no preço do petróleo: O anúncio do cessar-fogo provocou uma queda imediata de mais de 4% no preço do barril do Brent, refletindo a expectativa de estabilização na região do Golfo, crucial para o escoamento global de petróleo e gás.
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Tensão diplomática: O presidente russo, Vladimir Putin, classificou os ataques aéreos contra o Irã como "infundados" e reforçou o apoio a Teerã, buscando pressionar por soluções diplomáticas.
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Cúpula da OTAN: Trump buscou capitalizar politicamente o cessar-fogo em uma cúpula da OTAN na Holanda, apresentando o desfecho no Oriente Médio como exemplo de sua firmeza militar. No entanto, líderes europeus se mostraram divididos, preferindo alternativas diplomáticas ao bombardeio de instalações nucleares.
Risco de escalada e futuro incerto
O cenário permanece tenso e instável. Embora um cessar-fogo tenha sido anunciado, as acusações de violações e as respostas militares indicam que a paz ainda está longe de se consolidar. A atuação de Trump e seus aliados representa uma tentativa de reposicionar os EUA como peça-chave em conflitos no Oriente Médio.
No entanto, a possibilidade de novos ataques, o envolvimento de potências como Rússia e China, e os reflexos econômicos da crise mantêm a região e o mundo em alerta. O risco de uma escalada militar é real, e o futuro do acordo dependerá de uma contenção eficaz das partes envolvidas e de uma pressão internacional por negociações sustentadas.