Fernando Haddad sob pressão: Por que o governo recuou no aumento do IOF e o que isso revela sobre seus próximos passos

O recuo do governo federal na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) trouxe alívio ao mercado financeiro, mas expôs fragilidades na gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida, anunciada após pressão de operadores e críticas políticas, revela tensões internas no governo e gera debates sobre a saúde fiscal do país.
O que aconteceu e por que é relevante
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O governo revogou parte do decreto que aumentava as alíquotas do IOF, especialmente sobre remessas ao exterior e transferências de ativos por fundos brasileiros.
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A decisão reduziu a expectativa de arrecadação em
R$ 2 bilhões
, diante de uma meta inicial deR$ 60 bilhões
até 2026. -
O tema ganhou destaque porque o IOF é um instrumento fiscal sensível, impactando crédito, investimentos e a confiança do mercado.
Os motivos do recuo e as críticas
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Pressão do mercado: Operadores financeiros argumentaram que a taxação inviabilizaria fundos de investimento, pois as operações são feitas em reais, sem envolvimento direto de câmbio.
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Desgaste político: A oposição no Congresso pressiona pela revogação total do aumento, o que exigiria votação em plenário.
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Divergências internas: O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou que sempre foi contra a medida, mesmo quando atuava no Ministério da Fazenda.
Impactos imediatos e reações
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Mercado financeiro: O Ibovespa reagiu com estabilidade, mas analistas criticam o uso do IOF como ferramenta arrecadatória, por gerar incertezas.
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Governo: Haddad defendeu a correção de rota, afirmando que o objetivo de ajuste fiscal permanece. No entanto, o episódio aumentou seu desgaste político.
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Reunião de emergência: Lideranças do governo, como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), discutiram os impactos da medida, sinalizando preocupação com a repercussão.
O que isso significa para o futuro?
O recuo sobre o IOF acalmou temporariamente os mercados, mas evidenciou desafios na condução da política econômica. Por um lado, a rápida revisão mostra flexibilidade do Ministério da Fazenda. Por outro, a falta de alinhamento com o BC e a reação negativa do Congresso sugerem que novas medidas fiscais podem enfrentar resistência. A situação reforça a necessidade de clareza na comunicação do governo para evitar volatilidade e desconfiança dos investidores.