Por que os jovens estão mais infelizes? A crise silenciosa da Geração Z - Saúde mental em colapso

A juventude, frequentemente retratada como a fase mais vibrante e feliz da vida, está perdendo seu brilho. Estudos recentes revelam um aumento alarmante da infelicidade entre os jovens, especialmente a partir de 2017. Esse fenômeno, documentado em diversos países, desafia a antiga noção de que a felicidade segue uma curva em forma de "U" ao longo da vida. Neste resumo, exploramos as causas, dados e implicações dessa mudança, com base em pesquisas lideradas por especialistas como David Blanchflower, da Universidade de Dartmouth.
A curva da felicidade: do "U" à linha decrescente
Por décadas, acreditou-se que a felicidade seguia um padrão em "U": alta na juventude e na velhice, com queda na meia-idade.
No entanto, estudos recentes mostram que os jovens adultos são agora os menos felizes. Blanchflower e sua equipe analisaram dados de 145 países, incluindo nações desenvolvidas e em desenvolvimento, e identificaram uma mudança significativa a partir de 2017. Hoje, a felicidade tende a aumentar com a idade, invertendo o padrão histórico.
Dados alarmantes: Saúde mental em crise
As estatísticas são preocupantes:
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Mulheres jovens: 1 em cada 9 relata dias ruins para a saúde mental diariamente.
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Homens jovens: 1 em cada 14 enfrenta o mesmo problema.
Além disso, houve um aumento drástico em hospitalizações por automutilação, tentativas de suicídio e busca por serviços de saúde mental. Esse cenário não se limita a um único país; Blanchflower identificou padrões semelhantes em 43 nações.
Possíveis causas: Um quebra-cabeça global
As explicações tradicionais, como a pandemia de COVID-19 ou crises econômicas, não são suficientes. A infelicidade entre os jovens começou a crescer antes da pandemia, e o mercado de trabalho, embora relevante, não explica totalmente o fenômeno. Blanchflower destaca que qualquer teoria válida deve considerar três fatores:
1.
Temporalidade: O declínio começou por volta de 2014.
2.
Escala global: Afeta países ricos e pobres.
3.
Impacto desproporcional: Atinge principalmente mulheres jovens.
Hipóteses em debate
Alguns especialistas sugerem que as redes sociais e a exposição constante a padrões irreais de vida podem estar por trás dessa infelicidade. Outros apontam para a pressão acadêmica, a incerteza econômica e a falta de perspectivas futuras. No entanto, nenhuma dessas teorias foi comprovada como causa definitiva, destacando a complexidade do problema.
A urgência de ações
Blanchflower enfatiza a necessidade de intervenções imediatas: "Deveríamos ter feito algo anos atrás". Políticas públicas focadas em saúde mental, programas de apoio emocional e pesquisas mais aprofundadas são essenciais para reverter essa tendência.
Um chamado para a atenção global
A infelicidade entre os jovens é um sinal de alerta que não pode ser ignorado. Seja qual for a causa, é evidente que as novas gerações enfrentam desafios únicos que demandam soluções coletivas. Compreender esse fenômeno é o primeiro passo para construir um futuro onde a juventude possa, de fato, ser uma fase de realização e felicidade.