Trilhas em vulcões: Os perigos ocultos da aventura – Riscos à saúde, acidentes e como se preparar

Trilhar vulcões ativos, como o Monte Rinjani na Indonésia, é uma aventura que atrai turistas em busca de desafios e paisagens únicas. No entanto, essa atividade esconde perigos significativos, desde acidentes físicos até graves riscos à saúde causados pela exposição a gases tóxicos. A recente morte da brasileira Juliana Marins no Rinjani reforça a necessidade de entender esses riscos e adotar medidas de segurança.
Perigos físicos e ambientais:
- Quedas e torções: O terreno irregular, as encostas íngremes e as condições climáticas adversas (como ventos fortes e frio intenso) aumentam o risco de acidentes.
- Ataques de animais: Em áreas selvagens, há possibilidade de encontros com fauna perigosa.
- Erupções vulcânicas: Vulcões ativos, como o Rinjani (que entrou em erupção em 2016), podem expulsar lava, cinzas e rochas sem aviso prévio, exigindo evacuações emergenciais.
Riscos à saúde por gases vulcânicos:
- Dióxido de carbono (CO₂): Pode acumular-se no sangue, causando fadiga, confusão mental e até parada respiratória (segundo a pneumologista Sandra Guimarães).
- Dióxido de enxofre (SO₂): Irrita as vias aéreas, provocando tosse, falta de ar e inflamação pulmonar.
- Sulfeto de hidrogênio (H₂S): Leva a edema pulmonar e irritação severa das mucosas.
- Metais e partículas tóxicas: Cinzas vulcânicas podem conter sílica, asbesto e metais pesados, que, inalados, elevam o risco de doenças crônicas como silicose e câncer de pleura (explicação do Dr. Ubiratan de Paula Santos, do Incor).
Impactos do turismo desregulado:
O aumento de visitantes no Monte Rinjani nos últimos anos (com 180 acidentes e 9 mortes desde 2019) levou o governo indonésio a alertar sobre a necessidade de protocolos de segurança. O documento POP destaca que, além dos riscos individuais, o turismo em massa danifica ecossistemas e sobrecarrega equipes de resgate.
Recomendações para aventuras seguras:
- Preparo físico: Trilhas vulcânicas exigem resistência e equipamentos adequados (roupas térmicas, máscaras contra gases).
- Monitoramento geológico: Evitar períodos de alta atividade vulcânica, consultando alertas locais.
- Guias especializados: Contratar profissionais conhecedores da região reduz riscos.
- Proteção respiratória: Máscaras com filtros específicos podem minimizar a inalação de partículas tóxicas.
Explorar vulcões ativos é uma experiência arriscada que demanda respeito pela natureza e conscientização sobre os perigos envolvidos. Casos como o de Juliana Marins evidenciam a importância de planejamento, infraestrutura de segurança e educação sobre os impactos à saúde. Enquanto autoridades trabalham para melhorar regulamentações, turistas devem priorizar sua segurança, equilibrando aventura e responsabilidade.