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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025 às 11:04 GMT+0

A desconfiança dos adolescentes na era da IA: Como a tecnologia está dificultando a distinção entre o "real e o falso"

A crescente utilização de tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA) tem gerado uma onda de desconfiança entre os adolescentes sobre o que consomem na internet. Um estudo recente da Common Sense Media revelou dados preocupantes sobre como jovens entre 13 e 18 anos estão lidando com informações falsas e interações digitais. Vamos explorar os principais pontos desse estudo e entender os desafios enfrentados por essa geração.

A dificuldade em diferenciar o real do falso

O cenário atual:

  • Mais de 40% dos adolescentes entrevistados afirmaram ter visto imagens ou vídeos "reais", mas que eram manipulados para enganar.
  • Cerca de 35% relataram já ter sido enganados por conteúdos falsos que circularam online.
  • 22% dos jovens compartilharam informações que depois descobriram serem falsas.

Esse cenário revela que muitos adolescentes estão cada vez mais cientes de que, mesmo o que parece autêntico, pode ser manipulado.

O desafio:

  • A ascensão das IA e das mídias sociais tem dificultado a identificação do que é real e confiável. O aumento de conteúdo gerado por algoritmos e bots, como os chatbots, contribui para essa incerteza.

Interações com IAs: Humanos ou máquinas?

  • Mais de um quarto dos adolescentes (28%) já se viram em situações onde não conseguiam distinguir se estavam conversando com um chatbot ou um ser humano em interações online. Isso demonstra o avanço das tecnologias de IA, que tornam difícil saber se a interação é autêntica ou gerada por um sistema artificial.

O impacto:

  • O fato de muitos adolescentes não conseguirem perceber essas diferenças pode gerar uma sensação de desconforto e desconfiança ao interagir online.

IA generativa: Precisão ou imprecisão?

O uso de ferramentas de IA generativa, que ajudam na criação de conteúdos como textos, imagens e até respostas para tarefas escolares, também gera preocupação. O estudo revela que 39% dos adolescentes que usaram essas ferramentas encontraram imprecisões nos resultados.

O pedido dos jovens:

  • 73% dos entrevistados afirmaram que gostariam que o conteúdo gerado por IA fosse claramente rotulado ou tivesse uma marca d'água, para que pudessem saber se o conteúdo é genuíno ou produzido por máquinas.

Desconfiança nas empresas de tecnologia

Além das dúvidas sobre o conteúdo online, os adolescentes demonstram desconfiança em relação às empresas que dominam a tecnologia. O estudo revelou que:

  • 64% não confiam que as empresas de tecnologia se preocupem com o bem-estar dos adolescentes.
  • 62% duvidam que as empresas priorizem a segurança do usuário acima dos lucros.
  • 53% têm pouca confiança nas decisões éticas dessas empresas.

O que está em jogo:

  • Essa desconfiança reflete uma sensação de impotência em relação ao controle que as empresas de tecnologia têm sobre os dados pessoais e a privacidade dos jovens.

A necessidade de mudança: O que os jovens esperam

James P. Steyer, CEO da Common Sense Media, destaca que a reconstrução da confiança é essencial. Para que isso aconteça, ele aponta a necessidade de:

  • Aumento da transparência por parte das empresas de tecnologia.
  • Medidas de segurança mais robustas para proteger os dados e o bem-estar dos adolescentes.
  • Maior participação dos jovens na definição das políticas que regem os espaços digitais que eles frequentam.

O estudo aponta para uma crescente insegurança entre os adolescentes sobre o conteúdo que consomem online e as interações que têm com as tecnologias. Para garantir um ambiente mais confiável e ético, as empresas de tecnologia, educadores, pais e os próprios jovens precisam agir em conjunto. A criação de um espaço digital transparente, seguro e justo para todos é fundamental para que a confiança seja restaurada e para que os adolescentes se sintam mais seguros no uso da internet.

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